ARMADILHAS DO DESTINO I

                         

 

                  AS ARMADILHAS DO DESTINO l

                

                        CAPITULO I


        Bem assim começa uma linda viagem pelas armadilhas do destino!
        Lauro despertou-se com um barulho quase ensurdecedor, era o verdureiro passando na rua com sua Kombi, anunciando suas frutas e verduras fresquinhas no microfone.
       Lauro pensou, lá isto é hora, e logo olhou o relógio, o verdureiro estava no horário certo, ele é que tinha dormido um pouco mais, eram nove horas da manhã.
        Olhou em direção a janela e via os raios de sol, brilhando pelas frestas da persiana, como se quisessem lhe acordar e despertar para a vida, pois ele se encontrava um pouco deprimido, se sentindo muito só, embora estivesse sempre rodeado de amigos e pelo seu filho Alexandre, ele sentia muita a falta da esposa Ana Elisa, pois já fazia oito meses que ela tinha falecido.
          Levantou-se da cama, abriu bem a janela para entrar os raios daquele sol maravilhoso, colocou a metade do corpo para fora pela janela, para melhor olhar o céu, este estava bem azul, com poucas nuvens, uma tinha o formato de uma mão, como se junto com o sol estivesse insistindo para Lauro sair daquele quarto frio, e como um passo de mágica extraordinariamente funcionou, aquela manhã linda lhe deixou bem disposto, trouxe-lhe um pouco de alegria.
         Alexandre vendo à hora um pouco tarde, que já passava muito da que seu pai normalmente levantava, estranhou e bateu na porta do quarto.
-               Pai não vai se levantar hoje?
-               Filho, o pai já está de pé, estou só arrumando a cama.
-               Ainda bem achei que o Senhor iria ficar o dia todo na cama.
         Alexandre acabará de dizer estas palavras e Lauro abriu a porta do quarto e lhe disse. Bom dia filho!
        Tira o carro da garagem, revise ele pôr favor, pois iremos à cidade passear neste dia tão lindo e avisa tua avó que retornaremos a noite.
        Alexandre ficou um pouco surpreso, mas não demorou em fazer o que seu pai lhe tinha pedido, foi alegre fazer as tarefas, pois há muito tempo ele não a via assim, alegre e disposto, e em quinze minutos o carro já estava pronto.
        Lauro sugeriu ao filho colocar uma roupa mais leve e esportiva, o dia prometia muita coisa boa.
        Eram onze horas da manhã, eles embarcaram no carro e saíram para o seu passeio a Porto Alegre, chegando a mesma o primeiro lugar que visitaram foi o parque Farroupilha, onde alugaram duas bicicletas e saíram a pedalar entre as árvores. Para todos os lados que olhavam se via casais de namorados, mães passeando com seus filhos, algumas pessoas correndo para se exercitarem e outras sentadas nos bancos entre as árvores do parque, lendo ou cuidando o movimento.
         O pipoqueiro vendia suas pipocas bem branquinhas e saborosas na volta do lago artificial, toda a vida se desenvolvia ao redor daquele parque.      
        “Lauro se pós a pensar” nossa como é linda a vida, e como o parque faz parte da vida destas pessoas e até mesmo das nossas que estamos presenciando este momento, ele se emocionou ao ver a beleza de tudo aquilo.
        Alexandre ao ver lágrimas em seus olhos perguntou:
-              Pai tu estas chorando?
-              Não filho adorado, acho que entrou um cisco no olho, por isto as lágrimas.
-              Sim acredito!
        Eles encostaram as bicicletas em um pé de palmeira e foram brincar na grama entre as árvores, de tanta alegria pareciam duas crianças, que até chamaram a atenção de duas senhoras que estavam passando, e ficaram olhando admiradas para eles sorrindo.
    Já cansados de tanto brincar, foram devolver as bicicletas caminhando até o estante de aluguel, pois não tinham mais força para pedalar as mesmas, e após as devoluções, Lauro olhou as horas, passavam das três da tarde e convidou seu filho para almoçar, foram em um restaurante ali por perto do parque mesmo.
    O dono do restaurante já estava retirando a comida das cubas, onde são mantidas aquecidas, a mesma era servida em Buffet e a carne era trazida no espeto, estilo rodízio.  Lauro lhe falou:
     -     Oi espera um pouco senhor, não as tira agora, deixa nós almoçarmos primeiro.
    O dono vendo que estavam com muita fome, cooperou com eles, e lhes disse:
     -     Tenho uma picanha no ponto, parece que estava só esperando vocês.  
     -     Bem então não vamos fazê-la ela esperar mais e nos sirva um guaraná grande para regar esta beleza.
     -      Lauro lhe respondeu bem feliz!
     Pegaram os pratos e serviram-se, saborearam aquela picanha deliciosa.
     Depois do almoço eles tomaram um sorvete de sobremesa, pagaram, agradeceram ao dono pelo atendimento e pela gentileza do mesmo e logo saíram para passear de carro pelas ruas de Porto Alegre sem rumo, quando se deram conta a tarde passou que foi um relâmpago.
     As pessoas estavam saindo de seus serviços apressados, loucos para chegarem as suas casas, e reencontrar seus familiares.
        Lauro não queria que aquele dia terminasse tão cedo, tamanho a felicidade que eles se encontravam.            
  -     Ele olhou para seu filho e perguntou:
  -     Que horas são?
  -     São dezoito horas, trinta minutos e vinte segundos do dia vinte e seis de março de mil novecentos e noventa e dois.
  -      Nossa filho, eu nem tinha percebido, resmungou o seu pai!
  -      Pois é, vê de hoje em diante seja o pai que sempre vi em você, alegre, sempre sorrindo, não fique mais deprimido com o passado, a vida continua, e você esta parado no tempo, e no passado e esqueceu-se das coisas boas do presente.
         Depois do puxão de orelha do filho, com toda razão Lauro lhe disse:
  -      Alexandre de hoje em diante vou voltar a viver, sair com meus amigos, pescar e jogar futebol e passear com você.
  -      É isto ai, te dou a maior força, respondeu o filho sorrindo-lhe.
         De repente um ônibus freou a sua frente, por causa de um pedestre desatento, ele quase bateu com o carro na parte de traz do ônibus, bem em frente a uma floricultura, e o filho se lembrou:
  -      Amanhã é dia do aniversário da avó, já que estamos passando na frente desta floricultura, vamos comprar um buquê de rosas bem bonito para ela.
  -      Muito boa idéia filho, excelente sugestão!
         Lauro estacionou o carro em frente da mesma, desceram e entraram na floricultura, e logo uma moça os atendeu:
  -      Pois não, que precisam?
  -     Queremos um buquê de rosas vermelhas bem bonitas o Alexandre lhe disse, enquanto seus olhos brilhavam de alegria, já olhando algumas flores lindas que estavam no balcão.
        A moça pegou uma dúzia de rosas e fez um buquê lindo, pagaram, agradeceram e saíram, entraram no carro e estavam voltando para casa.
        Em uma avenida larga na saída da Cidade, tinha um cruzamento de ruas, e o sinal fechou e de dentro de um carro bonito que acabara de estacionar no meio fio, uma moça loira, alta muito bonita saiu e trancou a porta, e queria passar em frente ao seu carro, e fez um sinal com a mão, para ele ficar atento para não atropelá-la, aquele gesto lhe chamou atenção, Lauro ficou olhando.
        Quando de repente veio um pensamento rápido a sua cabeça, e disse:
  -     Filho me alcança o buquê rápido.
        O Alexandre sem entender nada lhe alcançou, e ao passar à loira por perto da janela do carro, Lauro chamou à sua atenção, e ela olhou, e ele colocou um cartão com seu número de telefone, e lhe deu o buquê lindo de rosas, ela ficou parada sem entender aquele gesto, mas aceitou, agradeceu e saiu bem alegre com aquele agrado, admirando as suas rosas vermelhas.
         Lauro retornou seu olhar para o filho, este lhe disse:
         Sem entender nada exclamou, Pai!
  -      E minha avó, era para ela!
  -      Amanhã compramos outro igual.
  -      O Sr. Promete?
  -      Sim prometo.
         E assim no dia seguinte bem cedo Lauro foi até uma floricultura de um amigo na sua cidade e mandou fazer um buquê mais lindo do que aquele que ele deu para a Loira do Carro bonito e passou ao seu filho para que o mesmo entregasse a sua Avó.

                                   CAPITULO II



        Passaram-se duas semanas do passeio a Porto Alegre, no Sábado à tarde, Lauro estava revisando umas peças na marcenaria, quando o telefone tocou, pensou que fosse seu filho, pois ele foi passar uns dias com a avó, Paterna, e ele tinha lhe dito para ligar de qualquer telefone publico a cobrar, porque a sua avó não possuía telefone.
        Lauro largou o que estava fazendo e foi atender ao telefone, disse alô, ele ficou mudo por uns estantes, para sua surpresa não era seu filho, era a moça loira do carro bonito, quando ouviu aquela voz doce e meiga no telefone perguntando por ele, o seu coração quase saiu pela boca, de tanta alegria, jamais acreditou que um dia ela iria lhe ligar, achou que ela já teria o esquecido, mas ele estava ali falando com ela, pelo telefone.
        Ela envolvida pela emoção do momento, contou-lhe que aquele seu gesto de lhe dar as rosas assim na rua de surpresa, o tinha deixado bastante impressionada e curiosa, de certa forma muito feliz, nunca alguém na sua vida, o tivera feito, pelo menos algo semelhante.
        Bem entre algumas trocas de palavras e alguns sorrisos pelo telefone, Eles se conheceram um pouco.
        Lauro pôr conta da alegria lhe fez uma pergunta, se ele poderia lhe conhecer melhor, se ambos poderiam se encontrar em algum lugar, onde eles poderiam ficar mais a vontade.
        Ela lhe respondeu dizendo:
 -      Claro, eu também gostaria de te conhecer melhor, vai ser muito bom para nós.
        Lauro tinha lhe contado em poucas palavras sobre a sua viuvez e a solidão à que estas condições lhe traíra, ela lhe disse que era muito sozinha também, retribuía isto ao seu trabalho, precisava de alguém, talvez um amigo para sair e conversar, trocar assunto, e assim marcaram seu primeiro encontro, na Segunda-feira pela manhã, porque domingo ela iria passear com seus pais na serra, pois tinha prometido para eles mostrar-lhes a belezas da serra Gaúcha.
        Ela pediu para o Lauro encontrar ela no seu próprio serviço e passou o endereço. Ele anotou no primeiro papel que viu pela frente.
        Lauro achou um pouco estranho, e lhe perguntou se não iria atrapalhar, e ela disse que não, para ela era melhor assim, ela tem muitos compromissos e não poderia se afastar da empresa, ele ficou um pouco sem entender nada, bem se não vou atrapalhar, eu vou então lhe respondeu.
        “Um pouco da sua curiosidade o fez aceitar o convite”
        Assim na Segunda-feira no horário combinado ele estava lá, ele tinha outros compromissos, mas nem falou para ela, deixou todos de lado, e foi ao encontro, agora já sabendo o seu nome, Vera Helena,
       “Lauro gostaria de falar com o seu filho, lhe contar, mas ele não lhe ligou no fim de semana, sem poder falar para ninguém para dividir um pouco a sua ansiedade, só seu filho sabia da loira”.  
         Ele levantou-se bem cedo fez a barba tomou uma bela ducha, de uma hora, saiu do banho, nem parecia a mesmo Lauro, estava bem perfumado, bem vestido, tinha colocado uma camisa de seda azul, porque ele tinha colocado na sua cabeça que a seda deixa as pessoas mais elegantes, com mais brilho, e ele estava precisando de algo assim.
         Quando chegou ao lugar combinado, constatou que o lugar era uma oficina autorizada, uma concessionária da Volkswagen,
         Estacionou o carro na mesma rua perto da empresa, e ficou sentado por uns dez minutos, dentro do carro, pensando consigo mesmo.
         Entro ou não entro?
         Ele estava feliz com o encontro, mas no mesmo tempo estava apreensivo e nervoso,
         Os carros passavam por ele apressados, ele olhava que alguns passavam e outros entravam na concessionária.
         Olhou no relógio do carro, este marcava dez e meia da manhã, ele pensou eu não tenho nada a perder, no mínimo posso ganhar uma amizade.
         Respirou fundo e tomou coragem e entrou na empresa, Foi logo na recepção, uma moça muito bonita e educada o atendeu, e perguntou-lhe, o que gostaria, ele falou, com há voz um pouco tremula pelo nervosismo.
  -     Eu gostaria de falar com a Srta. Vera Helena.
  -     Seu nome, por favor?
  -     Lauro.
  -     Obrigado sim.
         A recepcionista fez uma ligação interna, anotou alguma coisa na agenda, creio que foi um pedido de Srta. Vera Helena, logo em seguida o chamou:
  -     Sr. Lauro Por favor, me acompanhe a Srta. Vera Helena lhe espera.
        Naquele momento, ele sentiu um aperto no coração, a sua adrenalina foi a mil, até a pressão subiu, mas quase sem acreditar naquilo tudo, acompanhou a moça recepcionista, ela o levou por um corredor, cheio de salas por todos os lados, com pessoas trabalhando, em seus computadores, ao passar em frente elas, sempre dirigiam olhares e o cumprimentavam como se ele fizesse parte do grupo de funcionários da empresa.
         Lauro gentilmente retribuía os cumprimentos, e ficava pensando, talvez ela seja funcionária também, e olhava as salas e ficava imaginando, qual era a sala dela e chegando a frente de uma no fundo do corredor, com uma porta bem grande, com um adorno de rosas vermelhas. A recepcionista deu uma batidinha e abriu e o anunciou:
  -      Srta. Vera Helena, o Sr. Lauro.
  -      Obrigada, pôr favor mande o entrar.
          Ele entrou em sua sala, e ela veio ao seu encontro, cumprimentaram-se, com suaves beijos no rosto com muito carinho.
         No breve instante que Lauro estava dentro da sala, com um olhar discreto, notou que tinha um conjunto de sofás bem grandes e luxuosos, daqueles que só se vê em casa de ricos, e um barzinho no canto da sala.
  -      Por favor, sente-se!
          Ele aguardou que ela senta-se primeira e aí ele se sentou ao seu lado, e ela lhe perguntou:
  -       Lauro você bebes alguma coisa, uísque, suco, café, o que queiras?
          E ele um pouco nervoso lhe pediu:
  -       Um copo de água, por favor.
          A sua garganta estava seca, e ela gentilmente foi ate o bar, apanhou um copo e serviu para ele a água sem gás, a para sua surpresa preparou um uísque duplo para ela, e aí ele percebeu que ela estava tão nervosa quanto ele, o alcançou a água, e antes que ele dissesse obrigado, ela tomou aquela dose de uísque num gole só, e lhe pediu desculpas pelo ocorrido, ele percebendo isto, já bem mais tranqüilo e para quebrar o gelo.
          Lauro puxou logo um assunto para relaxar um pouco. Ela mais calma com o nervosismo controlado, passou a lhe dizer:
  -       Lauro eu me senti a mulher mais feliz do mundo pelo seu gesto tão espontâneo e carinhoso, obrigada.
 -       Diante de uma mulher tão linda eu não poderia ser diferente, aquelas rosa eram suas.
  -       Gostei tanto que até enfeitei a porta de minha sala de rosas vermelhas artificiais, conforme você viu ao entrar aqui, Você me fez tão bem que a imagem do teu rosto e os brilhos dos teus lindos olhos não saiu mais dos meus pensamentos, foi um momento muito especial, eu diria mais, muito mágico, sua atitude.
  -       Lauro daquele momento em diante você passou a fazer parte de meu mundo, nos momento de reflexão penso e sonho contigo e aqui no trabalho eu fiquei mais dócil com os colegas, fiquei mais
participativa, amiga de todos, mais humana, enfim em outras palavras, você mudou a minha forma de pensar e de ver a vida. Eu senti um amor a primeira vista.
         “Lauro confessa consigo mesmo, que ficou um pouco assustado, ele sempre achou que isto fosse coisa de cinema, jamais pensou que isto iria acontecer consigo, ele passou a entender o porquê da dose dupla de uísque e num gole só, era para ela ter coragem de lhe falar tudo, sem nó na língua”.
         ”Lauro lá no fundo de seus pensamentos, passou a entender e analisar o porquê da atitude dos funcionários, que lhe cumprimentavam com um aceno de mão no corredor que se dirigia para sua sala, bem alegres”, (imaginava como ela era antes disto.)
          Lauro olhava e escutava Vera Helena com muita atenção e curiosidade.
          Ela abriu de uma forma clara e objetiva, todos seus sentimentos, colocou tudo para fora, era um desabafo de seu coração,
          Ele ao olhar seu rosto, notava nos brilhos de seus olhos, seu entusiasmo e a felicidade, que ela se encontrava.
          Lauro mergulhava em seus pensamentos!
         "Nós somos praticamente estranhos um para o outro a imagem que tínhamos um do outro era aquela do cruzamento da avenida, como poderia ela ter tamanho sentimento por ele, confessa que ficou comovido pela surpresa, e mais surpreso ainda ficou ao saber que ela não era uma simples funcionária e sim a proprietário da concessionária, como pode ela sendo tão rica, ter tamanha reação a um gesto tão simples.”
          Conversaram mais sobre eles, Lauro contou algumas passagens de sua vida, ela mais a vontade também narrou um pouco mais da sua, ele salientou que estava muito feliz por estar ali com ela, por deixá-la assim tão feliz,enfim em numera coisas se falaram, deixando muitas vezes a magia do momento falar mais alto.
         A hora foi se passando, e eles não perceberam que já era quase meio dia, ela tinha uma reunião com os fornecedores de peças, e a recepcionista tinha lhe avisado pelo telefone para não perder a hora.
         Vera Helena lhe disse será que poderemos ter outra chance de nos encontrar de novo?
  -      E se em outro lugar teria chance de conquistar o seu coração?
  -      Sim, com certeza, Vera Helena haverá outras oportunidades de nos encontrar, isto só depende de você.
          Ao lhe dizer estas palavras, ele percebeu a felicidade em seus olhos, ele beijou suavemente suas bochechas ao se despedir-se, ela educadamente abriu a porta, ele ainda pode ver mais uma vez seus olhos lindos antes que a mesma fecha-se atrás de si, foi saindo pelo corredor, olhou para trás, parou e ficou olhando as rosas vermelhas na porta de sua sala.
         “Pensou nas palavras que sua avó tinha lhe dito uma vez, que as rosas têm o poder de magia, que a mulher ao recebê-las por mais triste que esteja, abre seu coração e sua alma fica pura, e a felicidade volta, analisando estas palavras, no fundo minha avó tinha razão, a felicidade de Vera Helena lhe confirmaram isto”
         Lauro assim que foi saindo pelo corredor, àquelas mesmas pessoas que lhe cumprimentaram na chegada, com a mesma alegria se despediram dele ao sair até a recepção. Lauro disse: até logo e obrigado para a moça recepcionista que foi muito atenciosa na sua presença a empresa.
          Ele foi caminhando lentamente até onde estava estacionado o seu carro, abriu a porta e entrou, ficou sentado no volante, pensando e refletindo um pouco, sobre o que Vera Helena tinha lhe dito, sobre sua declaração de amor.
         “Há dias atrás ele estava deprimido e solitário, pela sua viuvez, e agora esta ali pensando e questionando sobre um amor de outra mulher”.
        “Essa vida não para mesmo, nossas mentes ou nossos corpos podem até pararem, mas a vida continua sempre, se perdermos o ritmo, ela nos deixa para traz, plantados em nossas angústias e na solidão, o meu filho Alexandre é que tinha razão ao me alertar que a vida continua”
          Depois de uma boa conversa consigo mesmo, Lauro ligou o motor do carro e saiu, mas quase sem rumo, apenas para sair dali da frente da empresa de Vera Helena.
          Sua felicidade era muita, que até tinha medo de pensar, se beliscou para ter a certeza que não era um sonho.
          Ele aproveitou sua ida a Porto Alegre, e comprou alguns materiais para sua marcenaria, e depois retornou para sua cidade, mais precisamente para sua rotina do dia a dia.
                             

                               CAPITULO III


           Os dias foram passando, Lauro e Vera Helena continuaram mantendo contato por telefone todos os dias, e estavam namorando como dois adolescentes, como se fosse à primeira paixão.
           Passado duas semana e meia, o filho de Lauro retornou do passeio da casa da avó, os professores iriam recomeçar as aulas, pois estavam em greve à mais de um mês para melhoria de salários.
           E logo na primeira oportunidade ele contou o acontecido a seu filho, a sua ansiedade não poderia esperar mais, teria que contar para alguém sobre o seu namoro com a Vera Helena, e contou detalhe por detalhe, e o filho vendo sua felicidade e alegria lhe disse:
    -         Pai vai devagar com as coisas, não quero ver-lhe sofrendo novamente.
          Claro que ele tinha razão, pois a paixão modifica as pessoas e deixa os seres humanos bobos e malucos, mas com um sabor especial, só aqueles que se apaixonam sabe o que é esta loucura.
          Vendo a preocupação do filho, Lauro disse: Não te preocupa filho estou com os pés no chão e ainda com a cabeça no lugar!         
-         Pois é pai espero que ela continua-se assim.
          Em um tom de brincadeira, mas um pouco serio Lauro lhe disse, filho.
 -       Quando chegar a tua vez de viver uma grande paixão verá como é fácil lidar com ela e vais tirar de letra.
         Ele olhou seu pai com um ar de muitas perguntas e duvidas e disse:
 -       Tu não és mais criança, te cuida.
         Foi só o que pode lhe dizer e depois saiu para jogar bola com os amiguinhos, que estavam lhe esperando ansiosos.
         Os dias foram se passando e Lauro tinha acabado de terminar um berço duplo, pedido de um casal amigo, que Deus tinha lhes presenteado com um casal de gêmeos, era um pedido especial, por isto fez com muito carinho.
         Olhou para um calendário que estava pregado na parede de sua marcenaria.
         Já era inicio de outubro, se aproximava do fim de semana, pensou em convidar a Vera Helena para subir a serra, para tomar um café colonial gostoso, e na volta trazer um garrafão do gostoso vinho suave colonial, que só se encontra na região, porque dia 22 de Outubro, era aniversário de seu filho Alexandre e gostaria de comemorar junto com os amigos e parentes esta data tão especial na vida de ambos, tomando este exemplar divino, feito pôr um dos melhores vinhedos da serra Gaúcha, família  Pertelongo.
          “Sim porque todos os adultos eram alérgicos a refrigerante,” “refrigerantes só para as crianças, dizia seu tio mais velho”
           Enquanto Lauro estava mergulhado em seus pensamentos, planejando o que faria e organizando a viagem, os dias se passavam e já era Sábado, ele acordou bem sedo, olhou pela janela, o sol estava lindo, radiante, maravilhoso, tomou um banho, se perfumou e ligou para a Vera Helena, para avisá-la que estava saindo para pega-la.
           Depois de meia hora já estava em frente a sua casa, tocou a companhia, a empregada abriu a porta disse para ele entrar e aguardar na sala de espera, que a Srta. Vera Helena já iria descer de seu quarto.
            Passados alguns breves minutos, ela desceu, parecia uma princesa de tão linda, num vestido preto com um decote de arrepiar quaisquer pensamentos, cumprimentaram-se com beijos ardentes, com muita saudade um do outro e logo em seguida saíram para o passeio na serra gaúcha.
             Eles entraram no carro, Vera Helena perguntou e seu filho não quis passear conosco?
             Lauro lhe respondeu:
  -         Pois o filho não quis vir junto conosco, me disse que já teria outro compromisso, talvez só dissesse isto para não nos atrapalhar no nosso namoro, pois esta é a primeira vez que saiamos a sós.
             Lauro e Vera Helena na serra pararam em uma cantina colonial bem no centro de Bento Gonçalves, perto da Igreja Matriz.
             Tomaram um gostoso café colonial, e não almoçaram eles estavam satisfeito só com aquele café maravilhoso.
            Após o café eles saíram a passear pela cidade, a Vera Helena olhou para ele e lhe disse:
  -         Agora é a minha vez de fazer uma surpresa!
            Ele olhou para ela e perguntou:
  -         O que é?
            Mas ela não quis lhe dizer, só restou a Lauro controlar a sua curiosidade e esperar, e ela o levou a um Motel. Entraram e ela lhe disse:
 -          Há muito tempo estou a fim de ter este momento com você.
            O clima da serra realmente mexe com a gente, então porque não aproveitar.
         “” A última relação sexual de Lauro foi com sua querida esposa Ana Elisa que faleceu, desde então não tivera relação com ninguém e para sua desilusão na hora “H” falhou, não por falta de carinho, isto ela dava de sobra, foi por ele mesmo, pois lhe deu uma dor do lado das virilhas e os seus órgãos sexuais se retraíram e não houve jeito que fizesse voltar ao normal, resumo da história, sua primeira vez foi um fracasso total, Lauro ficou envergonhado com a situação.
           “Ele argumentava com a Vera Helena sobre isto, mas com muito cuidado para não magoá-la, dizendo-lhe que ele era assim mesmo, só conseguiria ter relação com uma mulher, depois de muita intimidade, este seu problema tem que ser trabalhado com muito carinho, Se a mulher tiver paciência e compreensão será recompensada, até mesmo pela exclusividade, eu não consigo trair minha companheira, depois destas palavras ele sentia a ansiedade de Vera helena indo embora, ambos ficaram mais tranqüilos sobre o ocorrido”. Lauro pediu desculpa a Vera helena.
          Ela mediante a situação se sentiu um pouco culpada por forçar a barra, lhe disse:     Eu que te devo desculpas pelo meu desejo, por não saber me controlar.
         Lauro já com a situação sobre controle e ambos rindo descontraídos encerraram o assunto, nestas últimas palavras, reforçando, dizendo que ele é que tinha que lhe pedir desculpas por ser assim.
          Vera Helena ligou o rádio em uma estação FM que estava na cabeceira da cama, enquanto escutavam musicas, eles conversaram bastante, sobre eles e os seus planos para o futuro, até mesmo para relaxarem um pouco, pois estavam muitos tensos com o que se tinha passado.
          Depois do Motel, foram a Igreja Matriz rezarem um pouco, não poderiam ir embora sem passar na Igreja, até mesmo por sua beleza, e na Igreja ela estava com ar de lhe dizer algo, que ela não lhe disse na conversa no motel, ele percebendo lhe perguntou:
  -      Tem algo a me dizer Vera Helena, o que se trata?
  -      Nada, outro dia te falarei, até mesma mais tranqüila, mas não te preocupe que é coisa boa, para o nosso futuro.
        “Sabe como é cabeça de homem, ele já pensou que o caso do motel lhe mexeu com a cabeça”, mas ela lhe disse que isto não era, resta é esperar para saber o que se tratava.
          Eles retornando da viagem a serra, ao chegarem a casa dela, seu pai estava saindo, os cumprimentou e perguntou para Vera:
 -        Resolveu o nosso assunto?
 -        Não pai, mas até o fim de semana lhe darei uma posição concreta sobre o mesmo.
 -        Esta bem filha eu espero. Tchau para vocês.
          Lauro aproveitou a oportunidade se despediu de Vera Helena e foi embora também, cheio de duvidas na cabeça, mas marcou para Quinta feira seguinte, sobre aquela conversa sobre o assunto misterioso que ela teria ele.
          Durante a semana a sua curiosidade era muito grande, Lauro lhe perguntava por telefone, mas ela não adiantava nada sobre o assunto e assim foi até a Quinta-feira.  
          Chegado o dia Lauro convidou seu filho para irem junto ao encontro com a Vera Helena, pois ele não teria aula.
          Lauro estacionou o carro na esquina em frente a um barzinho, e seu filho não quis acompanhá-lo ate a Vera Helena, achou melhor ficar escutando som dentro do carro, ele deu dinheiro para o mesmo, comprar algo caso precisa-se, e foi falar com Vera Helena.
          Chegando à concessionária cumprimentou a recepcionista, e ela automaticamente avisou a Vera Helena de sua chegada, e disse a ele.
 -        Por favor, pode passar Sr. Lauro Já conheces o caminho?
 -        Sim obrigado.
 -        Ela lhe espera.
          Ao entra na sala ele olhou as rosas na porta bem cuidadas, se cumprimentaram com um beijo e ela lhe disse:
 -        Sente-se, por favor, meu amor, a nossa conversa vai ser longa e delicada. Deseja algo para beber?
 -         Depois, talvez uma água, me fale do que se trata, eu sou todos ouvidos, Lauro disse a ela.
            Ela deu um suspiro fundo, e começou a falar:
 -          Eu quis amor lhe falar aqui, porque aqui foi nosso primeiro encontro, e dependendo da conversa, será nosso último encontro, por isto te falei que a conversa era muito delicada, e gostaria de tua compreensão, para não ser nosso último encontro.
             Cada vez mais ia aumentando a curiosidade de Lauro.
 -            Então fala Vera Helena que só assim vou poder escutá-la e analisar a situação.
 -          Lauro meu amor eu estou te amando, estou verdadeiramente apaixonada por você, tu hoje é minha luz, minha energia de viver, a força de lutar por algo melhor nesta vida e eu quero que a nossa relação fique mais sólida, tenho que cuidar das corretoras do Papai em São Paulo e não quero e nem gostaria de ficar longe de você, eu gostaria de casar contigo e morarmos juntos em São Paulo.
            “Lauro ficou no momento parado sem dizer nada, levantou-se e foi pegar uma água, tomou bem lentamente para se recuperar do susto, não era o que ele queria no momento”.
           Lauro tinha outros planos para seu futuro, e acabou ficando numa situação difícil, embora ela fosse uma mulher muito bonita, carinhosa, muito compreensiva com ele, tinha algo que ele se segurava em relação aos seus sentimentos para com ela, não conseguia amá-la, só gostava muito dela.
           Isto não era um motivo forte para aceitar o pedido de casamento, talvez pela postura dela na empresa na qual ela era responsável ou na sua maneira de ver a vida, muito autoritária, ou como tudo aconteceu muito rápido, ou talvez sua maneira de ser direta, bem objetiva em sua vida.
          Lauro confessa isto lhe assustou muito, por ser do signo de leão ele é muito sensível, sua companheira tem que perceber isto, e se não souber lidar com este lado, ele vai embora para sempre.
         “O medo disto tudo fez com que ele não o ama-se, como ela lhe diz amar, talvez se ela fosse mais devagar o quadro seria outro”.
          E tinha outro motivo muito forte para não aceitar, e era a separação de seu filho, depois de tomar a água, mais calmo, ele começou a falar:
  -        Vera Helena, se nos casar e morarmos em São Paulo, e como fica a situação de meu filho Alexandre?
  -        Tu sabes somos muito apegados, e eu não o deixaria neste momento.
  -        Meu amor, nós vamos primeiro, nos casamos numa cerimônia discreta, só para amigos e depois de um ano, ou até mesmo antes eu te prometo, buscamos ele para morar conosco.
  -         Não Vera Helena, eu não posso ficar longe de meu filho, ele ainda não superou a perda da mãe, fica muito difícil para eu aceitar o teu pedido.
  -         Mas logo ele se acostuma.
            Ela insistia no assunto:
  -         Vamos nos casar depois te prometo resolverei esta questão, eu só tenho esta semana em Porto Alegre, e não gostaria de te deixar.
              Mas aquilo tudo assustou Lauro, a maneira de ela resolver as coisas muito rápidas, e ele não é assim pensa sempre um pouco mais, ele pensou e refletiu um pouco, e lhe disse:
 -           Vera Helena, eu não vou e não posso me casar com você, pois eu não te amo o suficiente para aceitar um compromisso deste tamanho com você, eu acho melhor nós acabarmos nosso namoro por aqui antes que possamos sofrer ainda mais, e tem outro problema amo demais a meu filho e ele precisa de mim aqui, segue o teu caminho e eu sigo o meu.
 -          Mas meu amor, eu te amo de paixão, preciso de você perto de mim, eu não seria ninguém sem você e depois eu te dou tanto amor e carinho que tu vai acabar me amando muito como eu te amo, eu te prometo te fazer muito feliz.
          E ele ali no meio de tanta proposta, sabendo que isto era verdade, ela conseguiria mesmo com o tempo que ele a amasse, pois era uma mulher maravilhosa, estava quase aceitando, mas a vontade de ficar com seu filho, era mais forte, lhe disse:
 -        Não Vera Helena, eu não posso ir, se o meu filho pudesse ir junto conosco, ainda dava para entrar nesta viagem com você, mas sem ele nada feito, não posso ir, sinto muito me desculpa.
           Dito isto eles acabaram ali a conversa, ele despediu-se dela com muita tristeza, ela ficou muito arrasada porque eles terminaram o namoro, ela tinha a esperança que ele aceitasse a proposta e tivesse um final feliz...
           Mas o seu filho era mais importante naquele momento para Lauro, ao sair na porta de sua sala Lauro beijou as rosas porque sabia que ali não mais voltaria, foi embora com o coração na mão, pois estava gostando muito dela, saiu caminhando pela rua até na esquina, onde ele tinha estacionado o carro, e o seu filho tinha ficado escutando musica, naquele momento era o que Lauro gostaria de fazer, ou seja, igual a seu filho, ficar no silencio bem quietinho com seus pensamentos escutando músicas.
           Lauro ao entrar no carro, seu filho percebendo algo errado, logo me perguntou,
 -         O que se passou pai?
  -        O pai terminou o namoro com a Vera Helena.
  -        Mas que pena, vocês estavam tão bem.
  -        Pois é filho não deu mais certo.
           Lauro não entrou em detalhes para não explicar os motivos para seu filho. Ligou o carro e seguiu pela rua, sem rumo certo, pois já era noite e por sinal, esta estava muito linda bem estrelada e com uma brisa muito agradável.
          Ao passar por perto da rodoviária, Lauro disse ao filho:
  -       O pai vai ficar aqui na Estação Rodoviária um pouco, para arejar a cabeça, filho depois do nosso lanche, toma um táxi e vai embora para casa, e não te preocupa comigo, eu estou bem, só preciso de um pouco de ar puro, fazer algo diferente, sei lá tomar uma cerveja sossegado, depois pego o carro e vou embora...
            O filho vendo que ele precisava mesmo daquilo lhe disse:
     -         Te cuida, se tu quiseres posso te esperar.
 -          Não, filho vai para casa, não se preocupe.
            E assim ele se foi, Lauro ficou ali na estação, estacionou seu carro no largo da rodoviária, saiu caminhando, entrou num bar e pediu logo uma cerveja bem gelada para a garçonete.
            Enquanto tomava aquela cerveja bem gelada ele observava as pessoas na Estação rodoviária, umas chegando, outras saindo de viagem, mas Vera Helena tomava conta de sua mente por inteiro.
            A garçonete vendo que Lauro estava pensativo com uma cara de triste tratou de se aproximar e puxar um assunto, dizendo o que um moço bonito como você faz com esta tristeza toda, levanta a cabeça, se é esposa, namorada ou trabalho, nada vale esta tristeza.
           Ele olhou para a Garçonete lhe disse, nossa meu Anjo, estou numa sinuca danada, não sei se fiz a coisa certa, depois que fiz fiquei em Dúvida, mas depois que tomei esta tal de decisão fiquei com uma sensação de alivio, deve ser coisa boa, este mundo dos amores é imprevisível, tem cada encruzilhada em nossa estrada que não é fácil, dito isto ele deu uma risada, ela pensou que fosse pela sua abordada, não, foi por outro fato que lhe chamou atenção.

            Um carregador de malas na pressa de executar o seu serviço atropelou uma pessoa, mas em vez de ajudar esta pessoa, ele em tom áspero disse a pessoa atropelada.
-       Não enxerga, não vê que estou passando com o carrinho.
        A pessoa atropelada muito humilde lhe respondeu.
    -      Mas é o Sr. que tem que prestar mais atenção, não percebeu que sou cego, parece que o cego aqui é o Sr., que não me viu e me atropelou.
          O carregador de malas mediante a situação ficou com vergonha e juntou suas malas e se foi, sem se quer pedir desculpas para o Sr. Cego.
         De certa forma eles fizeram Lauro esquecer um pouco a Vera Helena por um instante.
         Ele acabou de tomar sua cerveja, agradeceu a garçonete pelo carinho e foi para um lugar mais localizado onde poderia visualizar melhor o movimento da Rodoviária, mais precisamente na parte de cima do setor internacional da estação, onde ele tinha uma visão muito ampla de quase toda a estação, e de lá ele começava a analisar as pessoas que passavam no piso inferior, era ônibus que saia, outros que chegavam lotados de pessoas bem alegres e ao descerem dos mesmos eram recebidos pelos familiares que os esperavam, e os abraçavam felizes.
         Ele passou a olhar um senhor já com uma idade, acredita perto dos 75 anos, bem lúcido, alegre, ao vê-lo pensou, sabe lá quantas vezes aquele senhor passou por uma situação igual a sua, e esta aí tranqüila, viajando feliz.
         Pensando em tudo e vendo o cotidiano da estação rodoviária conseguiu desviar os seus pensamentos do problema que estava vivendo no momento.
         O ar da estação, misturado à brisa da noite lhe fazia muito bem, pois ele sempre gostou de aventuras, de coisas novas, mas com os dois pés no chão, e a sua imaginação viajava junto com aquelas pessoas, Lauro estava a poucos passos de um futuro alucinante fantástico, muito louco, que nem ele, e ninguém mais sabia, a vida é sempre uma caixinha de surpresa, à cada esquina da linha da vida, tem algo novo escondido esperando sua vítima..

                      CAPITULO IV

           Foi na estação que começou uma das aventuras mais emocionantes de sua vida, uma história fantástica, aqui seu coração lhe preparou uma armadilha fantástica, extraordinária, ele conheceu uma das mulheres mais linda do mundo e ao mesmo tempo louca, por seus sonhos e ideais, da qual seu coração caiu de amor e paixão.

           Um senhor chegou ao lado de Lauro perguntou:
-         Que horas é Senhor? Estou preocupado?
           O relógio da estação estava um pouco atrasado, ele estava preocupado, o ônibus que ele esperava não havia chegado ainda.
         Ele tinha um sotaque na voz diferente, um espanhol com italiano, misturava uma palavra e outra, mas dava para se entender, não se sabes por que, talvez por intuição este senhor de sotaque estrangeiro disse a Lauro.
   -         O Sr. espera o mesmo ônibus que eu!
         Lauro pensou um pouco e lhe perguntou:
   -        Como o Sr: sabe?   
                     Ele dirigiu seu olhar para o Lauro, ficou observando o mesmo por alguns segundos e não lhe respondeu nada e ficou em silêncio,
Lauro ficou pensando consigo mesmo, ele estava ali só para se distrair um pouco não esperava ônibus algum, este estrangeiro pirou.
         A noite estava linda, a lua na fase crescente dava um tom todo especial. Em um dos boxes bem a sua frente estacionou um ônibus azul com faixas branca, muito bonito, na frente dizia o itinerário “Porto Alegre/ Montevidéo.
  -      O Sr. Estrangeiro ao seu lado lhe disse:
     -       Este é nosso ônibus!
        “ Lauro pensou, este Sr. Pirou total, não estou aqui para viajar”.
          E logo em seguida o Sr. desceu a escadaria e foi para o boxe, e Lauro ficou lá em cima mais um pouco, observando aquele ônibus bonito.
         O motorista abriu a porta e desembarcou uma morena alta, linda, quase um sonho de mulher, de saia azul e uma blusa branca com um lenço no pescoço, uma verdadeira princesa e logo desembarcou o motorista, fecharam a porta do ônibus e ambos entraram para o interior da estação.
           Lauro ficou ali olhando aquela morena alta, dona de um caminhar charmoso, até parecia que não caminhava e sim flutuava tamanho o seu charme, ficou quase com torcicolo no pescoço de tanto admirá-la.
          Dentro de uns dez minutos aproximadamente, eles voltaram e abriram à porta do ônibus.
         Os passageiros que estavam na fila para entrar no ônibus, a morena conferia as passagens e mandava os mesmos entrar, sempre com um sorriso lindo no rosto.
         Lauro ficou de paixão pôr aquela morena, nunca tinha visto uma mulher tão bela, depois que todos os passageiros embarcaram o senhor de nacionalidade estrangeira que estava falando com Lauro, olhou para ele acenou com a mão, lhe dando adeus, ele foi o último a entrar no ônibus.
         O motorista ligou o motor, a morena bonita embarcou também, e eles seguiram viagem, pouco a pouco o ônibus estava se afastando, e Lauro ainda a viu entre os bancos distribuindo travesseiros para os passageiros.
        Bem a imagem da princesa morena, nunca mais saiu da sua cabeça, Lauro ficou mais um pouco na estação, desceu as escadarias e se dirigiu até o seu carro, entrou e ficou sentado no banco pôr um instante antes de partir para sua casa, se bem que ele mesmo queria era tomar o mesmo ônibus da morena.
      “ Lauro retornou o seu pensamento naquele senhor, não é que ele de certa forma tinha razão, ambos estava esperando o mesmo ônibus, só que, por motivos diferentes”.
        Passaram-se alguns dias Lauro voltou à estação novamente no mesmo horário, para ver se encontrava a princesa morena de novo, mas não teve sorte, ele voltou para casa frustrado.
        Ao retornar a sua casa ele passou em uma avenida da beira da praia na cidade onde morava, parou em um bar para tomar uma cerveja, pois os ponteiros do relógio já acusavam 22h00min horas.
      “Nada como uma cerveja gelada para refrescar a cabeça, ele pensava”.
        Enquanto degustava aquela cerveja, ele pensava uma maneira de encontrar aquela princesa, ele tinha que falar com ela, conhecê-la, pois, estava ficando quase maluco, a imagem dela não saia mais da sua cabeça.
        Aproximou-se um amigo abraçado a sua namorada, vendo Lauro sentado à mesa, puxou duas cadeiras e ambos sentaram junto a ele, o amigo vendo ele um pouco pensativo, lhe perguntou:
    -      Está pensando na marcenaria?
-       Não, estou pensando em outras coisas, Lauro lhe respondeu.
        Mas a namorada do amigo insistiu no assunto, e lhe perguntou:
-       Lauro o que tu vais fazer agora que não tens mais a marcenaria?
    -       Ele pensou, não tenho mais a marcenaria!
-        Como assim?
-        Perguntou para ela.
    -        Nossa tu não sabe, os ladrões te fizeram uma visita e levaram tudo, até as tuas máquinas grandes.
    -       Nossa, eu não sabia disto estava para Porto Alegre e retornei agora, passei aqui para tomar uma cerveja e não fui para a marcenaria ainda, e não sei de nada.
-        Pois é meu amigo, os ladrões não tiveram dó, levaram tudo, deixaram as portas abertas por isto soubemos.
    -        Então só me resta agora registrara queixa.
-        E agora no que tu vais trabalhar?
-        Eu não sei ainda, sei lá vou me virar, parado eu não fico, Lauro lhe respondeu.
        “Sem querer a noticia do roubo da marcenaria, ele sem trabalho no momento, eles lhe deram uma das mais brilhantes idéias, iria trabalhar na mesma empresa que trabalha a morena linda”.
          Lauro começou a rir, os seus amigos sem entender nada, começaram a achar que ele tinha pirado.
         “É roubado, não tem mais como trabalhar, e ainda ri da situação, é só o que poderiam achar”.
           Logo em seguida ele despediu-se deles e foi embora, mas com um sorriso de boca a orelha, eles ficaram pensando mesmo que ele tinha ficado maluco.
 -        Lauro passou na marcenaria, realmente os ladrões não tiveram dó, levaram tudo, ele fez uma lista do que levaram e foi na delegacia registrar queixa.
          Em outro dia da semana seguinte, com determinação e bem decidido foi à luta do novo emprego, colocar o seu plano em prática.


                               CAPITULO V
                                                                                                                
        Lauro acordou-se cedo, pois era segunda-feira, ele quase não percebeu o dia de domingo passar, com sua cabeça, cheia de pensamentos, sonhos e esperança, imaginando que tudo teria que sair perfeito, não poderia falhar nada no seu plano.
        Tirou o carro da garagem e disse para o seu filho ao sair :
-      O Pai vai a Porto Alegre e a antes do meio dia estou de volta.
       O carro parecia que estava lhe compreendendo, ele deslizava no asfalto bem macio até o barulho do motor soava como música nos seus ouvidos.
        Chegando a empresa de ônibus, foi logo ao departamento do RH, recursos Humanos, se apresentar para o responsável do setor, e teve sorte eles estavam precisando de um motorista.
          O chefe do RH, logo o deu uma ficha para preenchimento dos seus dados pessoais e profissionais, depois de preenchida, entregou a ele novamente, para finalizar e dar seu parecer.
         Lauro estava inquieto ansioso, nervoso, louco para saber a resposta, se teria chance de trabalhar na empresa, dentro de uns vinte minutos o chefe o chamou para conversarem sobre algumas pendências que não teria preenchido, ele disse:
-        A sua ficha é muito boa, está só um pouco desatualizada.
-        Mas sou um profissional bem qualificado, tenho diversos cursos profissionalizantes, sou apto tranqüilamente para exercer a função, embora faça muito tempo que não trabalho com ônibus, posso submeter a um teste até agora, se assim o fizer necessário, assim Lauro falou a ele.
-       Não precisa, tu só precisa de uma pessoa, que te conheça e que já trabalhou aqui na empresa ou que trabalha ainda para te apresentar para o dono da mesma.
         Ele começou a pensar, veio a sua mente a lembrança de um amigo que à muito tempo tinha trabalhado na empresa e só saiu por que se aposentou e falou logo para o chefe do departamento pessoal sobre este amigo.
-       Se ele te conhece, este é muito conceituado com o dono da empresa, fala então com ele, e vem no final de semana.
        Dito isto, Lauro agradeceu disse adeus e saiu. Foi logo na casa do seu amigo, era longe, mas era tão grande o seu objetivo, que o trajeto se passou despercebido.
        Chegando a casa deste amigo, Lauro viu que o amigo ficou muito contente com a sua visita, isto a deixou mais a vontade para lhe pedir um favor, Lauro explicou tudo a ele, sobre o emprego, ele sendo um bom amigo se colocou a disposição de imediato e telefonou para a empresa, dando boas recomendações suas para o dono e reforçou com uma carta.
         Lauro ficou muito feliz, não sabia como lhe agradecer, lhe prometeu um litro de uísque do Uruguai, assim que fizesse sua primeira viagem como empregado da empresa, ele gentilmente lhe disse:
   -        Não precisa, só o prazer, a satisfação de ajudar um amigo, que não avia há muito tempo já é o suficiente.
        Lauro despediu-se agradecendo muito pela gentileza do amigo e foi logo para a empresa.
         A sua vontade era tão grande de ser admitido para trabalhar que nem esperou a sexta-feira, como o chefe do departamento de pessoal tinha lhe pedido para retornar.
         Entregou logo a carta ao chefe e este vendo a sua vontade, o seu interesse, logo falou com o dono, ele lhe deu o seu parecer e mandou lhe admitir.
         O chefe do departamento de pessoal passou o Lauro para os testes e o exame de admissão, ele fez tudo como nunca tinha feito, foi muito cuidadoso nos teste, passou com uma boa margem de satisfação e nos exame médico também, era imensa a sua alegria e a vontade, superou tudo, parecia um guri, com a saúde perfeita.
         Lauro na sexta-feira de manhã, apresentou todos os exames para o chefe do setor, o mesmo o passou para outro departamento, o do vestuário, para pegar o uniforme, depois que a pessoa responsável pelo setor lhe passou, calças azuis, camisas brancas, blusão azul, sapato e gravatas, ele passou na sala do chefe novamente, este mandou ele se apresentar para o trabalho na Segunda Feira e já se puder, já chegar com o uniforme da empresa vestido.
        Lauro se despediu do chefe e foi para sua casa, seu carro voava pela pista, pois estava com presa para chegar a sua casa e vestir o uniforme, para se ver no espelho, se ele iria ficar bonito para ela.
        Quando ele chegou a sua casa, ele pediu um ferro de passar roupa para a avó de seu filho e passou bem seu uniforme e vestiu, passou quase cinco horas com ele no corpo para se acostumar, ele teria que ficar bem à vontade e bem alinhado, pois nunca antes havia trabalhado de uniforme, ele queria causar boa impressão a morena.
        Ele para ela, era desconhecido, no momento a morena estava só nos sonhos de Lauro.
        Ele era até então, apenas um marceneiro e não estava acostumado a fardamentos, ele estava pensando em impressioná-la a primeira vista, foi cuidar da aparência, cortou os cabelos, fez a barba, exagerou um pouco e chegou a fazê-la três vezes, pois queria seu rosto bem liso.
         Como ele imaginou o final de semana passou muito rápido e na segunda-feira saiu impecável para o primeiro dia de trabalho, cheio de esperanças para encontrar com a moça morena que até então o teria chamado tanto sua atenção na estação rodoviária.
          Pela manhã chegaram os ônibus, depois de uma longa viagem para fazerem as revisões, Lauro atento, ficava olhando para ver se enxergava a rodo moça Morena, mas só chegavam outras comissárias, passou-se o dia e ele não conseguiu vê-la, certamente não era o dia de ela chegar.
           À tardinha foi para casa, um pouco triste por não vê-la, mas com a esperança de que certamente a veria novamente era só ter paciência, seu coração estava cheio de sonho.
          Lauro trabalhando no mesmo setor na empresa o encontro com a morena bonita seria inevitável, um dia teria que acontecer, estava mais perto do que nunca. A noite demorou a passar para Lauro, cheio de esperanças e sonhos, deitado em seu quarto só se fazia pensar na morena.
         Ligou o radio baixinho para colocar os pensamentos em ordens, era madrugada quando conseguiu dormir, mas na hora de sair para o trabalho, ele estava bem arrumadinho, pronto para o grande encontro.
         No seu segundo dia de trabalho depois de inúmeras tarefas já estava mais tranqüilo no trabalho, sentindo mais a vontade feliz igual a um filhote de passarinho pelo seu primeiro vôo fora do ninho, perante seus colegas, aproveitou que um amigo motorista se aproximava dele para pedir que ele lhe ajudasse a carregar umas caixas de papelões até os fundos da oficina, e perguntou-lhe para o colega, sobre esta tal de morena, meio com receio, para não deixar transparecer o seu interesse por ela e ele a respondeu:
-        Ah está morena, alta que tu me pergunta se chama Dyule é a mais alta de todas as comissárias de bordo e a mais bonita também.
-        Eu já percebi, “” Lauro deixou esta frase escapar, mas ele não percebeu nada e continuou dando mais detalhes “””.
-        Ela trabalha só nos ônibus leitos, é uma das funcionárias mais queridas da empresa.
          Lauro teria que tomar todo o cuidado para não prejudicar ela e a ele, pois esta era uma das regras da empresa, sem relacionamentos entre funcionários, muito menos motoristas e comissárias de bordo, isto era demissão na certa, imagina depois de todos os esforços para estar ali, em busca da morena, isto era suicídio, mas seu coração tentava infringir todas as regras sem sossego e mesmo com o medo de perder este emprego, Lauro continuou a pensar em um jeito de encontrar esta morena.
         Depois de colher as informações necessárias com o colega motorista, ele se retirou até uma saleta de espera, o chefe do tráfego se aproximou e lhe disse:
-       Amanhã você fará a sua primeira viagem com um motorista instrutor, para conhecer melhor as normas e itinerários da empresa, vocês vão sair às 20h30min, do Box 49 da estação rodoviária.
          “ O mesmo que vi minha princesa pensou Lauro”,  seu chefe completou as ordens, há no horário dos ônibus comuns, lhe disse já se afastando para seu setor de trabalho.
          Passaram-se mais algumas semanas desde então e Lauro chegou a fazer diversas viagens no horário comum, chegando em uma manhã na garagem, depois de uma viagem a montevidéo, ao entregar sua pasta  e relatórios da viagem,  o chefe do trafego lhe perguntou:        
-        E ai como está, aprendeu o itinerário?
-        Sim ( ele confirmou com o fiscal )
-        Então tu irás fazer neste final de semana uma viagem no ônibus leito para que conheça o itinerário também, este itinerário e um pouco diferente, passa por Punta del Leste, Uruguai, depois vai para Montevidéu.
         Lauro quase não se conteve de tanta alegria, era tudo que ele queria, logo respondeu:
-       Sim
         Ele não se conteve com a bela notícia e se derreteu em um belo sorriso, e louco para matar a curiosidade o chefe lhe perguntou:
-       Por que tanta alegria?
         Ele respondeu:                          
-       Eu, nada de especial só pura felicidade de estar trabalhando aqui com vocês.
        Deste ele escapou, mas não poderia dar muito na vista. Colocou seu casaco no armário e pegou o carro para ir para casa, ao sair deu uma carona a um colega que estava saindo da empresa, até a parada do ônibus.
-         Lauro estava sonhando, não acreditava que teria uma chance de viajar com a morena.
           Estes dois dias que faltava para o fim de semana, como custaram a passar, a sua ansiedade era demais, este dia tão esperado chegou, como este dia para ele era muito especial, chegou o mais cedo possível na empresa, quase três horas antes de saírem de viagem, ele foi ao banheiro que a empresa tinha para que seus funcionários pudessem se arrumar antes de saírem de viagem, impecável como sempre, colocou um perfume, não muito forte o suficiente que pudesse chamar a atenção.
           O espelho do banheiro que não era muito grande se tornou gigantesco para que ele pode-se se olhar e ficou a esperá-la.
           Ela chegou à portaria bem atrasada, pois ela tinha que passar suas roupas e se arrumar, o tempo estava escasso, com a emoção de encontrar a sua morena, as suas pernas tremiam, ela dirigiu-se firme diretamente para a sua direção e cumprimentou-lhe com um suave olhar, mas um olhar que penetrou em seu coração, como a fúria de uma flecha atirada sem controle, e o fez sentir o único homem da face da terra, teve a nítida impressão de que ela o notou.
          Depois na hora da saída para a estação rodoviária, o motorista titular que iria treinar o Lauro no itinerário, fez as apresentações, Lauro ficou estático, ela estendendo a sua mão, lhe disse:
 -        Me chamo Dyule, mas na escala é Dyu, é um prazer conhecê-lo, seja bem vindo conosco.
          Lauro ficou tonto diante de tanta beleza, na hora não sabia bem o que dizer ficou agarrando sua mão e não queria solta-la mais, ela pareceu surpresa, mas não lhe perguntou nada sobre isto a não ser se ele estava feliz com o serviço e a empresa, ele  disse prontamente que sim, exportando felicidades.
 -       Logo depois Lauro ficou conversando com o motorista titular sobre os procedimentos deste novo itinerário, ele ainda sentia o cheiro do perfume da morena linda entranhado em suas narinas e na sua mão principalmente, a que ela teria apertado com tanta delicadeza, com aqueles pequenos e delicados dedinhos.
-        Tudo para ele parecia não ser verdade, parecia um sonho, ter a sorte de viajar com a morena, ele poderia com esta oportunidade admira-la um pouco mais seu charme, sua beleza.
         “Esta morena exercia mesmo que instintivamente um charme especial sobre um homem e a penetração de seu olhar é um mistério que ela deixou no ar, isto era o suficiente para deixá-lo ainda mais curioso por conhecê-la melhor”.
         Lauro olhava sua princesa com olhares disfarçados, para não se aflorar na cara o interesse que ele tinha por ela, de maneira alguma ele queria que fosse notado, principalmente ali naquele momento era inadmissível.
         No Box 49 do setor rodoviário, que representava para o Lauro, sonho e esperança, eles deram embarque aos passageiros.
          Após terem saído de viagem, e ela já havia atendido todos os passageiros com lanche e café dirigiu-se a cabina dos motoristas para conversar um pouco e para lhes oferecer um cafezinho também.
          Em uma conversa aqui outra ali, Lauro acabou falando um pouco de sua vida, contando-lhe um pouco sobre ele, narrou a sua princesa que era viúvo e que tinha um filho e ela a confidenciou que tínhamos algo em comum, porque também tinha uma filha pequena, e que a mesma morava com seus avôs.
         Enquanto ela contava alguns detalhes de sua vida particular, ele prestava atenção em sua beleza, em seus gestos, sua doçura, sua voz aveludada que tocava em seus ouvidos como os mais belos e suaves sons da orquestra municipal de Porto Alegre, uma voz que jamais ele havia escutado, os detalhes de seus olhos e de sua boca, neste momento ele sentiu que o sentimento que o invadia era a mais pura e desenfreada paixão.
         Ele tomava o cuidado para que ela não viesse perceber alguma coisa sobre seu interesse por ela e de repente também ele poderia colocar tudo pôr água a baixo.
        Os seus olhos tinham um brilho especial, mas ele notou que ela só demonstrava este brilho quando falava de sua filha, Lauro percebeu que algo lhe tirava a tranqüilidade e que lhe perturbava, era seu primeiro contato com ela, ele não tinha o direito de perguntar-lhe, ele precisava de um pouco mais de intimidade para isso.
        Um passageiro tocando a companhia a solicitava, e ela foi atendê-lo, após a sua volta para a cabine, o motorista titular pediu-lhe que cantasse um samba para eles, e os dois começaram a cantar Lauro só observava e admirava sua princesa, quase que impercebível a viagem acabou, chegou ao seu fim, e ele não prestou muito  atenção ao itinerário, ele havia dispensado a sua atenção toda para ela e no caminho da garagem em montevidéu,o seu colega instrutor perguntou-lhe:
-        E ai Lauro guardou na memória alguma coisa do itinerário?
E ele respondeu:
-        Acho que sim, talvez mais outra viagem.
          Chegando a garagem em Montevidéu, ele foi logo tomar um gostoso banho para ficar pronto para tomar o melhor café da manhã preparado pela esposa do chefe da garagem, entre as oito e nove horas da manhã, desta vez em companhia especial de sua princesa,
          Em uma sala grande bem decorada todos os motoristas e comissárias e comissários se reuniam para falar da viagem em volta da mesa e ali se conversava sobre todos os assuntos, enquanto se saboreando aquele delicioso café.
          Após o café o chefe de tráfego, passava a nova escala a todos os motoristas e comissários e comissárias.
         Logo depois estas mesmas conversas se estendiam no galpão da churrasqueira pôr mais 15 minutos até o tempo de alguém fumar um cigarrinho.
          Eles tinham que obedecer às normas da empresa, para estarem na cama até as 10 horas da manhã, para poderem descansar, porque a noite retornavam de viagens a porto alegre.
          Mas Lauro não conseguiu dormir, pois só pensava em sua princesa, nos poucos momentos que passaram juntos, no café, na viagem e tudo mais, ele pensava em alguma coisa que conversaram durante a viagem, uma delas foi o apelido que o outro colega às vezes o chamava.
          Durante a viagem ele perguntou-lhe: porque usava o apelido de Dyu, se seu nome era tão bonito, e ela disse:
          Que era uma maneira carinhosa que os colegas da empresa acharam para chamá-la e ela brincou com o Lauro, dizendo que era um prazer, ele entrou no clima e disse-lhe, Lauro ao seu dispor.
          “Pensando alto, ele disse-lhe que seu nome parecia a de uma princesa, mas ela não ouviu, e o colega titular que estava ao seu lado ouviu muito bem e lhe disse, depois numa conversa mais reservada, que deveria tomar cuidado com que falava, pois era novo na empresa”.
          Lauro jurou controlar-se para si mesmo silenciosamente, pois sabia que este trabalho de comissária era a paixão dela, estas lembranças do dia não as deixaram dormir.
          Na viagem de volta, a escala as separam, ela veio em um horário e ele em outro, mas ele estava feliz assim mesmo, a viagem de volta para Porto Alegre foi muito boa, ele nem sentiu o tempo passar, mesmo sabendo que levariam uns quantos dias para vê-la novamente, mas tinha uma coisa de bom, a partir desta viagem, Lauro passou a viajar sozinho sem o Motorista Monitor.      
         Lauro nos decorrer dos dias, continuou investigando sobre a vida de Dyule com os colegas de trabalho e uma outra comissária que ele fizera amizade, e era amiga dela também, avia lhe dito que ela namorava as escondidas um comissário da empresa.
         “Lauro confessa que aquela revelação o abalou, mas não desanimou, ele queria a princesa junto dele e a partir desta informação Lauro começou um jogo de sedução, arriscando todas as fichas com muito cuidado, como os animais que atraem suas presas e quando elas percebem já estão num beco sem saída”.
         Ele acabou descobrindo que suas amigas e amigos não gostavam do namorado dela, isto era algo ao seu favor, um dia ele não agüentou mais guardar seu segredo, se dirigiu a alguns amigos dela, e contou-lhe sobre os seus sentimentos por Dyule e mediatamente alguns deles tornaram-se seus aliados, todos toparam lhe ajudar a conquistar a morena, mas tomando todo o cuidado para não vazar para a chefia, senão os seus planos iriam pôr água abaixo.
         Nas viagens de ida e volta a Montevidéu, os seus colegas aliados a ele, lhe faziam confidencias sobre como estava o andamento do namoro de Dyule com o tal comissário, ele foi neste jogo até que encontrasse algo que pudesse lhe ajudar.
         A escala novamente favoreceu Lauro ele e ela, fizeram juntos novamente uma viagem, ela como de costume atendeu a todos e veio para conversar um pouco com Lauro.
        Ao entrar na cabina, ele deu repentinamente de propósito uma guinada no volante e ela caiu sobre ele, ficou abraçada em seu pescoço, ao se levantar envergonhada pediu-lhe desculpa.
        Ele estava louco de vontade de falar sobre seus sentimentos para ela, mas só respondeu que isso era coisa que acontecia que não se preocupasse.
         Lauro estava esperando uma oportunidade em que ela também apresentasse algum interesse por ele, mas ele não tinha coragem de se declarar e dizer-lhe que só trabalhava na empresa por causa dela.
         Entre todos os amigos, ela tinha uma amiga, na qual as duas eram muitas íntimas, ele contou a esta sua melhor amiga tudo o que tinha feito para conquistá-la, sobre o motivo em que ele estava trabalhando na empresa, com o intuito de que ela confidenciasse a Dyule, Lauro fez questão de que esta amiga soubesse que seus sentimentos eram verdadeiros, e que contava com a sua ajuda.
         Num determinado dia, a amiga íntima de sua princesa, disse que havia conversado com ela, isto o deixou Lauro muito feliz, pois seu plano estava dando certo, e ela passou a narrar os fatos dizendo:
-        Falei com a Dyule sobre tudo que me contaste outro dia, dos seus sentimentos em relação a ela, e que você poderia oferecer-lhe, além de felicidade, carinho, respeito e compreensão e agora é com você Lauro.
-       Se tudo der certo Vou convidar você para madrinha de nosso casamento, Lauro lhe disse.
         Ela saiu rindo dizendo, com certeza, eu acho que seu plano poderá dar certo e desejou-lhe boa Sorte.
        Lauro só esperava a hora certa, até que um dia essa hora chegou lá na garagem de Montevidéu, ele soube através de seus aliados que ela havia brigado com o namorado.
        Ele pensou, eu não posso perder esta oportunidade.
         Ele estava sentado na área, uma extensão dos seus quartos onde tinha uma churrasqueira e uma mesa onde sentavam para contar histórias sobre as viagens, ou jogar cartas.
        Ali também se tomava chimarrão para passar o tempo bem ao estilo gaúcho, ela veio e se sentou a mesa, ela interessou-se por um rádio de pilhas que ele possuía, bastante diferente, que se acoplava ao rádio um sistema para escutar fitas kasetes.
        Eles já estavam bem mais a vontade, talvez ela, até percebesse que ele queria lhe dizer algo, estava feliz sorridente e aproveitando o momento, Lauro bem decidido e seguro lhe falou, sobre os seus sentimentos.
        Ela prestava a atenção em cada palavra que ele dizia, ele pediu-lhe em namoro, ela ficou um pouco indecisa na hora e ficou pensativa, aqueles segundos para ele pareciam uma eternidade pela sua ansiedade, ela pensou e lhe disse:
-      Eu aceito namorar com você:
        Lauro pegou sua mão, estava tremendo como a sua e a beijou e disse-lhe:
-       Vou fazer de tudo para te fazer feliz.
         Aquele dia foi um dos dias mais feliz na vida dele, estava tão perto dela como nunca estiveras antes, quase não estava acreditando,
         Ela às vezes lhe parecia que estava tão distante, um sonho impossível de se realizar, ele ali acariciando suas mãos, os seus cabelos arrepiavam, o seu coração parecia que ia sair pela boca, daquele momento em diante passaram a se encontrar mais freqüentemente as escondidas sempre na medida que a escala de viagem os permitia.
         Às vezes ele saia de viagem, ela estava chegando, quando dava, trocavam bilhetes nas paradas das Aduanas de Fronteiras, Brasil , Uruguai, eles foram se conhecendo melhor, o amor de Lauro foi crescendo que nem uma bola de neve a morro abaixo.
          Um dia eles saíram a passear de carro, Lauro comprou um buque de rosas muito bonitas e um trevo de quatro folhas, e deu para ela, ela lhe contava que sempre foi uma pessoa com pouca sorte na vida, que a única coisa boa que tinha acontecido com ela era a sua filha, ao entregar as rosas ele lhe falou:
-       A sorte só bate uma vez na porta de nossa vida, nós temos que ter sabedoria o suficiente para pega-la, se não vai embora e nunca mais volta. 
        Ela ficou numa felicidade, que ele aproveitou o momento e lhe pediu em casamento, ela ficou um pouco sem saber o que lhe dizer, diante do seu pedido.
       “ Pois ela sempre foi uma mulher honesta com Lauro, ela ainda não teria esquecido totalmente o antigo namorado, embora Lauro ocupava-se todo seu tempo fazendo ela feliz, ainda restava uma pontinha de amor por ele, o que ela sempre lhe dizia: “com o tempo esquecerei” e retribuía-lhe o carinho e o amor que ele a dava, era só o caso de ele ter paciência,” 
            Mas por incrível que pareça ele não ficou com medo de ela não aceitar no momento, o seu pedido de casamento, sabia que mais cedo ou mais tarde ela aceitaria, ela estava em suas mãos, era só questão de tempo, e uma das coisas que o deixava tranqüilo em questão o namorado antigo e que ele não teria mais chance de voltar, embora ela ainda gostasse dele.
            “Numa ocasião ela lhe contou o motivo de sua separação, ele era muito boêmio e gostava de sair com várias mulheres, ela assim dividindo ele com outras, não a respeitava como ela merecia, até as vezes trocava seu nome nas horas de fazer amor, ela não mais agüentou isto e deu um basta no seu antigo namorado, sendo assim ele não teria outra chance com ela.
          “ Depois de muito pensar,”  ela resolveu em aceitar o seu pedido de casamento  ( mas vocês nem imaginam o que Lauro teve que enfrentar a partir deste  momento), e logo a notícia chegou aos ouvidos dos amigos e de seu antigo namorado também, e na primeira  oportunidade ele abordou Dyule, para que os dois pudessem voltar a namorar..
           Sendo mais sincera e honesta do que nunca, ela disse que não teria mais nenhuma chance de reatar o namoro, pois estava muito feliz com o Lauro e não pretendia mudar o rumo de sua vida, e ela assim que pode contou tudo na primeira oportunidade a Lauro, mas em sua voz ele percebeu que ela estava insegura, um pouco abalada pela situação, Lauro inteligentemente deixou sentar a poeira um pouco, e na primeira oportunidade que encontrou o antigo namorado dela, o chamou para dentro de uma ônibus na garagem para conversar e lhe disse com vós segura e firme.
-        Você já teve a sua chance com a Dyule e não soube aproveitar, ficou cego e não quis ver a mulher maravilhosa que ela é, não soube valoriza-la, tu não poderia jamais dar a ela a felicidade que tens comigo, você é casado e jamais vai se separar da tua mulher para ficar com ela, Você não a ama o suficiente, só quer faze-la de sua amante e ela merece muito mais carinho e amor, e principalmente respeito, você sabe que tudo o que falo é a mais pura verdade.
         Ele tremendo, logo confirmou que realmente ele não a merecia, mas queria conversar novamente para que os dois pudessem ser pelo menos amigos, mas Lauro não baixou a guarda, deu logo um aviso:
-     “Deixe-nos em paz e saia do nosso caminho, vamos nos casar e não queremos que nada atrapalhe a nossa felicidade, e você não torne as coisas mais difíceis, pois iremos nos acertar caso tu não caia fora e nosso acerto será de homens para homem, pois não tenho nada a perder e sim só a ganhar, não vou deixar que você a faça triste novamente. Ela merece algo melhor, se casar e realizar seus sonhos construir sua família, portanto se afasta dela para o seu bem.”
        Ele deu dois passos para trás e no desespero, começou a falar coisas sobre ela, a defamando, sem o mínimo de considerações e respeito, neste momento eles estavam no corredor do ônibus, Lauro olhou para todos os lados, percebeu que estavam sozinhos na garagem e avançou sobre ele e deu-lhe um tapa tão forte no seu  ouvido, que a sua mão ficou doendo, imagina a orelha dele, Lauro imobilizou-o torcendo seu braço para trás e disse-lhe:
      -“ Olha aqui, à mim não interessa o que ela fez no passado, e o que vocês fizeram, não importa nem um pouco, jamais vou admitir que tu fale assim dela, se eu ouvir mais uma vez você falar para alguém como estas falando agora, pode ter certeza que irei te procurar onde você estiver, isso só veio confirmar o que eu já pensava, que você não vale nada mesmo, ainda bem que ela encontrou alguém como eu, um homem de verdade, tenho certeza que ela notou a diferença entre nós dois, isto eu nunca vou contar para ela, pois ela não merece saber o que tu tentaste fazer seu crápula.
         Ele notando que estava em desvantagem, pediu desculpas sobre a besteira que havia dito a Lauro e prometeu nunca mais tocar no assunto e acrescentou que realmente não a amava e que não a merecia e disse-lhe:
  -       Faça a feliz
          Lauro respondeu-lhe:
     -       Pode ter a certeza que vou fazê-la, se tu te afastar.
           E nisso, pelo barulho dentro do ônibus o chefe da garagem notou que algo estava acontecendo, e foi até lá olhar, pelas suas caras, já os denunciavas que estava acontecendo algo, mas o chefe foi discreto não perguntou nada, só perguntou se não iriam dormirem, para descansarem e voltar de viagem a noite. Lauro respondeu-lhe:
-        Já vamos, estávamos conversando e nem percebemos o tempo passar.
          E logo foram para os seus quartos, e o resto do dia transcorreu como se nada estivesse acontecido.
          Este fato aconteceu logo após a festa de final de ano e com certeza a vida de sua princesa nunca tinha sido fácil, ela confessou ao Lauro uma vez, que  ela nunca teve sorte na vida, todos os relacionamentos tornaram-se um problema para ela, principalmente problemas com seus pais.
          Lauro jamais poderia deixar que isto acontecesse novamente, e pela primeira vez um homem transmitiu confiança a ela, ele teria que ter muito cuidado para não quebrar esta confiança.
         A vida de Lauro e Dyule a cada dia que se passava, o namoro dos dois ficava mais amadurecido, era uma Quarta-feira ela pediu a Lauro para pegar umas roupas suas na casa de uma tia, para levar para a casa de seus pais, ele foi bem feliz, porque ele iria ter a oportunidade de conhecer a outra princesinha que era sua filha, ele teria que conquista-la também.
          Na véspera de natal ele comprou um automóvel estilo calhambeque que na verdade era um rádio, e pediu para a Dyule entregar-lhe dizendo que um amigo do trabalho tinha lhe comprado de presente, segundo sua mãe ela adorou, chegando lá ele foi apresentado por ela aos seus pais e depois a sua filha dizendo:
-         Este é aquele amigo da mãe que te mandou o radinho de presente no natal que tu gosta tanto.
          Mas não disse para filha que eles eram namorados talvez com receio de a filha rejeita-lo, mais ele vendo aquela menina bem magrinha, compridinha, tão linda que parecia uma princesinha muito parecida com a mãe, não resistiu e tomou-a no colo, naquele momento ele percebeu que ela também tinha gostado dele, pois a olhavas com os olhinhos bem abertos e sorria para ele, ele ficou sabendo através dos comentários dos avôs, que ele foi o primeiro namorado da mãe dela, que ela foi ao colo, ele ficou muito envaidecido, muito contente conversaram um pouco e sentiu que ele naquele momento tinha ganhado uma filha.
           O sonho do Lauro sempre foi ter um casal de filhos e como já tinha um filho, ele viu ali a oportunidade de tornar realidade sua vontade.
           Após conversarem muito, sobre diversos assuntos, ele percebeu que os pais dela era uma família de pessoas muito simples.
            Ao se despedir para ir embora Lauro disse-lhe: Dyule amanhã eu vou reunir a diretoria da empresa e vou dizer-lhes toda a verdade sobre nosso namoro, eu quero me casar com você o mais breve possível, e montar uma família, reunir nossos filhos.
            Dyule ficou apavorada e disse, mas a diretoria da empresa vai ficar louca e colocar nós dois para rua da empresa, Lauro seguro de sua decisão lhe disse:
-          Mas Dyule, se alguém tiver que sair será eu, pois o que queria da empresa era conquistar você, depois disto o emprego não tem mais importância para mim, embora que seja um emprego muito bom, mas isto eu encontro outro, pois sempre confiei em minha capacidade, com certeza isto não será problema, e assim eles fizeram.
            Lauro marcou uma reunião com a diretoria da empresa.
            Neste dia da reunião, ele chegou bem cedo a empresa para se sentir mais seguro sobre meu propósito, com todos reunidos em volta de uma mesa grande, própria para estás ocasiões ele começou a falar:
-         Bem senhores eu reuni você aqui hoje para lhes falar de um assunto muito delicado para a empresa, e quero deixar bem claro que sei que contrariei uma das regras mais importantes da empresa, mas quero salientar que o nosso trabalho sempre foi de muito bom nível , sempre fomos profissionais e antes de lhes contar, quero deixar o meu cargo a sua disposição.
         Eles ficaram curiosos, e o dono da empresa que era o mais durão de todas as pessoas disse:
-       E ai Lauro, diz de uma vez o que esta acontecendo e o porquê desta reunião:
         E ele disse-lhe calmamente     
-       Eu e a comissária Dyule estamos namorando a um bom tempo e vamos nos casar e não pretendemos mudar de idéia, pois nada nos impede além do nosso trabalho aqui na empresa, somos duas pessoas livres, sabemos dividir as coisas, prova disto é que até hoje esta tudo em segredo e nem os colegas da administração sabem e tão menos os do tráfego.
      “’Claro que todos os seus amigos já sabiam, eles ficaram de boca aberta por tamanha astúcia da parte deles’.
          O dono da empresa lhe disse:
-         Mas tu sabias que estava indo contra as regras da empresa.
           Lauro respondeu-lhe:
-        Sim sabia e estou bem consciente, por isso coloco o meu cargo a sua disposição e como uma pessoa honesta e séria que sou não poderia continuar namorando as escondidas e depois é melhor que eu mesmo conte, do que vocês ficarem sabendo por outras pessoas com línguas maldosas.
         O chefe de tráfego salientou:
-        Não Lauro, tu fez muito bem em nos reunir e nos contar, assim nós podemos analisar o seu assunto, e dar nosso parecer com mais calma.
          Um dos chefes do RH disse para o dono da empresa:
   -         O senhor sabe que os funcionários Lauro e o Dyule são os que mais recebem carta aqui na empresa de elogios de bom trabalho prestado aos passageiros.
          O dono da empresa escutando isto, disse a Lauro:
   -        Vai para a casa descansar, depois eu analiso com os outros colaboradores e dou meu parecer sobre o assunto, mais cuida para não vazar isto, se não fica um caos geral na empresa.
           A reunião foi encerada, Lauro agradeceu pela atenção de todos e foi para sua casa, pensando o que será que iria acontecer se iriam dispensar ele ou a ela, um dos dois teria que sair.
           No outro dia Lauro foi chamado para saber do parecer deles e o que mais lhe surpreendeu é que nenhum dos dois foi dispensado, ficaram trabalhando ,exercendo suas funções normais sem ser molestados pelas chefias, mas bem avisados para continuarem sendo profissionais, eles gostavam muito deles, como profissionais e pôr isto não levariam muito a sério o namoros deles desde que, seriam o bom profissionais que sempre foram.
     
                                   CAPITULO VI

           Os dias foram se passando, entre uma viagem e outra, o namoro bombeando firme cada vez mais sólido e as suas caricias cada vez mais quentes e ousadas chegando à um ponto de não se agüentarem mais.
           Dia oito de fevereiro à tardinha, depois de comerem um xis em um trailer no centro da cidade de Cachoeirinha, grande Porto Alegre, tiveram seu primeiro dia de amor, eles combinaram e foram para um motel que ficava na beira da rodovia, BR 290 sul, quando ele passou um documento de identificação a moça da portaria para tomar seus dados ao pega-lo de volta, ele deixou cair no chão, esteve que sair do carro para junta-lo, sua princesa nem piscava só olhava tudo atento à sua volta.
          Eles estavam nervosos e ansiosos embora já estivessem tidas experiências no passado, isto sempre parece à primeira vez.
          Para deixar rolar um clima gostoso e conter o nervosismo e a ansiedade eles foram primeiro tomar um champanha no gelo, que já estava preparada em uma mesinha no quarto, cortesia do Motel.
         Quando eles se sentiram preparados com um fogo de sair pelas ventas e a todos os poros de seus corpos, ele foi despindo sua princesa com todo o carinho.
          Ele nunca tinha visto mulher igual, ela era digna de sua paixão com um corpo escultural tipo Artista de cinema, uma musa, derrapou em todas as curvas de seu lindo corpo de tão nervoso que estava.
          Lauro tomado pela emoção quase não pode ver todo o seu charme, sua beleza nua e crua bem de pertinho, ele se encantou com o seu pescoçinho tão diferente charmoso, os seus seios um mais pequenino que o outro, ele queria ver mais, os seus olhos foram deslizando por aquele corpo lindo, até seus calcanhares e que calcanhares, que fazia conjunto, com aqueles pés lindos, tão delicados que sustentavam toda aquela princesa, ele ficou meio tonto com tantas curvas.   
 
   ( Estão querendo saber sobre aquele seu problema de testículo, pois é quase os atrapalhou, mas conseguiu fazer amor com ela, claro não cem por cento, mas ele o amava, e com carinho ficou mais a vontade, e o resto é o resto, não vão querer saber de tudo não é? ).

          O primeiro dia de amor deles ficou marcado para sempre em suas vidas, quando eles saíram do motel o sol estava no seu último minuto, se pondo, bem vermelho, entre as nuvens, como se estivesse colorindo este primeiro dia de amor.
         Ela a pediu para deixá-la perto da empresa, onde os dois trabalhavam, pois ela teria que viajar à noite e ele estava de folga, logo em seguida ele foi para a sua casa.
          Cada minuto ou segundo ele não fazia outra coisa a não ser pensar em sua princesa, por regras das escalas em seus trabalhos eles passavam dias sem se verem, quando ela estava chegando ele estava saindo de viagem, assim eram as suas rotinas na empresa.
          Veja o que é a vida, presta a atenção no que Lauro vai contar agora para vocês, nesta altura do relacionamento, ele já estava mais intimo da família dela, sempre que podiam, e a escala vos permitia , ele e ela marcavam seus encontro lá na casa dos pais dela, ele e o pai dela, ficaram muito amigos, ele tinha a mesma profissão que a sua, ou seja, motorista, e assunto é que não faltava na suas  profissões.
          E num destes assuntos o pai de Dyule lhe contava, sobre uma viagem que ele fez com a família toda para o estado de santa Catarina, e pararam em um posto de combustível, para descansar e fazerem o almoço, aquele assunto veio à cabeça de Lauro, como se ele estivesse vivendo aquele momento também.

     ---- Lauro se lembrou que ele nesta ocasião parou neste posto também e no mesmo dia, e pelo mesmo motivo fazer o seu almoço, ele viu aquela família do colega caminhoneiro, o mesmo estava com um caminhão Scania vermelha antiga, cabine pequena, onde ali eles viajavam muito apertados, o seu colega tinha duas meninas, estas bem alegres felizes, elas brincando e olhavam para o Lauro e seu caminhão, ele estava quase do lado deles, só um pouco afastado.
          Ele ficava admirando como o seu colega conseguia viajar com a família numerosa, naquele caminhão com a cabina tão pequena, imagine vocês uma das meninas era a sua princesa, ela tinha 12 anos na época e alguns anos depois o destino os uniu, colocando eles de frente a frente novamente, ele chamou a Dyule para o assunto ela confirmou que também se lembrava do caso, como este mundo é pequeno e da muitas voltas.
          Bem já que o destino está lhes dando outra chance de eles se encontrarem, não poderiam perder esta oportunidade, eles marcaram a data do casamento, sua princesa ficou super feliz e a família dela também porque acabaram gostando muito do Lauro já estavam tratando como um filho, eles marcaram para o dia 04 de setembro do corrente ano, ela dizia que o sonho dela, sempre foi um dia se casar em uma Igreja com bastante escada, Lauro pensou porque não realizar o seu sonho, a sua princesa merecia, e no mesmo tempo ele também estava realizando dois sonhos, o de se casar com sua princesa e de ganhar uma filha, era felicidade demais, para ambas as partes.
            Bem assim que os dias foram se passando, eles foram se organizando, ela saiu da empresa, parou de viajar, só ele ficou trabalhando, Lauro alugou uma casa maior na cidade onde ele morava, bem perto da praia, uma casa de madeira, mas muito bonitinha, aonde eles poderiam viver e sonhar felizes.
            Os dias corriam depressa era 30 de março naquele dia ele chegou de viagem e a tarde foi ao encontro dela na casa dos seus pais, a vendo muito feliz ele contou sobre à casa alugada, e contou também o amor que era o lugar,   “não precisou falar mais nada vocês imaginam a alegria dela.
           Como Lauro não é de perder oportunidades, ele é um leonino danado, quando quer alguma coisa vai a luta e consegue, ele a convidou para morar consigo na sua casinha, ela pensou e falou para seus pais, eles deram a maior força, dizendo: Vocês se gostam muito e com certeza  vão se casar, vai filha, seja feliz com seu Lauro:.
          Ela nem pensou duas vezes, estava louquinha para ir, só pediu a opinião para os pais por questão de respeito e carinho, ela pegou não mais que duas sacolas de roupa e foi com Lauro feliz, ele claro quase nem acreditando que sua princesa iria morar com ele.
         Chegando a sua casinha alugada, ela ficou maravilhada com o lugar, a casinha era uma casa bem simples, mas bem pintada, entrou olhou só tinha um colchão no chão do quarto, que ele tinha pedido emprestado, para um amigo, por eles estarem realizando um sonho isto não importava, aquela noite seria a primeira noite em sua casinha.
        “ Coitada da sua princesa, ela ficou tão nervosa que até hoje, ela não sabe o motivo, que lhe deu um desarranjo acompanhado de uma dor de barriga tão forte, que não deu tempo de ela ir ao banheiro, ficando ali parada a sua frente sem saber o que fazia, e o que falava de vergonha, ele carinhosamente tomou a iniciativa de ajudá-la, lhe dizendo”.
    -         Calma minha linda, isto acontece, fica tranqüila entra debaixo do chuveiro e já toma um gostoso banho.
          Depois de mais de duas horas que ocorreu acidente, ela já de banho tomado eles foram conversando e ela ficou mais calma, eles riram bastante da situação, porque o mais que se lavava o assoalho da casa, parecia que fedia mais ainda, entranhou na madeira aquele cheiro insuportável de fezes, assim foi o primeiro dia em sua casinha, mas perto da felicidade que ela trazia isto não era nada, foi só um acidente que não mais de uma semana já estava superado.
            Bem daquele momento em diante, só foi felicidade e muito amor, a sua lua de mel foi como Lauro tinha sonhado, estupenda, eles foram se conhecendo melhor se soltando, se descobrindo, até chegar ao ponto máximo do sexo, se é que se tem ponto máximo, é um mundo maravilhoso, mágico, conforme os meses foram se passando, eles foram comprando os móveis para a sua casinha, a lua de mel foi tudo que um homem e uma mulher poderiam Ter, aproveitaram cada momento com muito sexo, carinho e amor e respeito.
           Depois nas ferias do meio do ano, a sua princesinha pequena, foi morar com eles, a sua felicidade completou, para Dyule, era o que ela mais queria um dia formar uma família, ele nem se fala, a sua princesa achava que era um sonho impossível de se realizar, de um dia morar com um homem bom, que desse amor, carinho atenção para as duas, mãe e filha.
        Os pais da Dyule vendo que Lauro era uma pessoa digna de confiança deles, autorizaram para que a neta fosse morar com eles,
        ( Ela era neta, mais eles tinham como filha, pois criaram desde o berço ) tinha nove aninhos, era uma criança muito querida, um amor, não demorou a que o Lauro fica-se apaixonado por ela.
        Bom voltando ao assunto do casamento chegou o grande dia, 04 de setembro, era uma Sexta-feira, Lauro nunca gostou de se casar no Sábado, ele não sabes o porquê, talvez seja porque é como acontece com a maioria dos casamentos, principalmente em cidades do interior que as datas são de comum acordo com a disponibilidade de datas livres com a Igreja.
         O seu primeiro casamento do qual ele ficou viúvo foi numa Quarta-feira, véspera de fim de ano e neste segundo casamento com a sua princesa ele estava bastante nervoso, ele parecia marinheiro de primeira viagem, a sua princesa se poderia dar uns desconto, nunca tinha se casado, era a sua primeira vez, queriam que tudo desse certinho, a festa, a recepção dos convidados lá na igreja, em fim tudo, só eles dois organizaram tudo.
          Ele fez um acordo na empresa para ter mais dinheiro, mas depois do casamento se quisesse voltar a trabalhar, poderia voltar, e tinha outra coisa que a deixou mais feliz do que ele estava, o seu filho junto com uma Irma de sua princesa iriam ser um dos seus padrinhos de casamento, e a filha dela de aia do casamento.
           Não era o máximo, bem chegando a hora de ela ir para o cabeleireiro se arrumar, a sua mãe e uma tia foram com ela, Lauro foi para casa de seu filho, que morava junto com a avó, por parte da sua falecida mãe, e lá se arrumar bem bonito, em um traje de primeira linha, para não dar azar como diz a tradição, não se pode ver a noiva e dali Lauro foi direto para a igreja, a sua mãe já estava lhe esperando em frente a igreja e a hora do casamento se aproximou.
            A igreja estava cheia de convidados, seus amigos, e parentes, Lauro e sua mãe entram na igreja, se reuniram com os padrinhos no altar, esperando a noiva, passou-se quinze minutos e nada da noiva, Lauro pediu para um dos padrinhos ir ver o que poderia ter acontecido, ele pensava de repente talvez que o carro pifou, ou outras coisas, bem passava de tudo na sua cabeça, passou-se mais 30 minutos e nada, nem notícias da noiva e nem do padrinho que foi ver o que estava acontecendo, o nervosismo tomou conta de todos na igreja, principalmente de Lauro o noivo.
           O padre já cansado de esperar estava bravo e nervoso e se sentou numa cadeira, pois teria ele um compromisso logo após a cerimônia do casamento e olhava para o relógio e nada da noiva, e já queria cancelar a cerimônia.
           Antônio já estava quase se sentando no altar e concordado com o padre do cancelamento do casamento, pois já se passava uma hora, a noiva se atrasar uns minutos sempre foi normal, mas uma hora era demais era inédito.
          Quando de repente olhou para a porta um dos convidados, gritou a noiva chegou, coitado dele, tão nervoso quanto eles, o grito dele formou um eco tão grande na igreja que o músico que eles tinham contratado, experiente tocou umas notas no órgão para disfarçar o vexame e antes da noiva entrar na Igreja, dedilhou a musica que tinham escolhido para a entrada da noiva.
         O padre suava frio de bravo e nervoso, antes de começar a cerimonia lhes deu um sermão rápido e realizou o casamento em 5 minutos e logo foi pedindo para os padrinhos irem assinando o livro, foi o casamento mais rápido que ele e os convidados tinham presenciado em suas vidas.
          Tudo aquilo que tinham programado para dar tudo certinho, tinha ido para o espaço, mas ela estava muito linda valeu a pena esperar, por ter ruído as unhas, apesar do nervosismo de ambos, ela estava feliz e ele também, realizaram o seus sonhos.
          ( Ela mas calma até brincou que já teria um história para contar para os netos ),
           Bem depois mais tranqüilos ele perguntou para ela o que tinha acontecido, qual o motivo para tanto atraso e ela passou a contar que no cabeleireiro a mãe e a tia tinham se arrumado antes dela no salão e logo em seguida foram para a igreja e deixaram-na sozinha, com o cabeleireiro, o rapaz como não tinha muita prática não conseguia fazer a maquiagem nela, e arrumar seus cabelos, ele ficou tão nervosos que não atinava fazer nada, ela teve que fazer quase tudo sozinha, por isto o motivo do atraso.
          Bem depois da explicação eles foram todos para o salão da festa, pelo menos a festa deu quase tudo certo, com exceção que às vezes ele teria que deixar a noiva sozinha na mesa para organizar alguma parte na festa, que não ia bem, ainda bem que todos os convidados gostaram da festa, que até esqueceram o ocorrido na igreja, inclusive eles brincaram, dançaram bastante, a música era ao vivo, um amigo vos prestigiava com seu conjunto tocando belas músicas, se divertiram muito, eles ficaram até o fim da festa, até o ultimo convidado ir embora.
          Depois eles foram para a sua casinha se organizar um pouco e como diz o nome festa é festa, a sua Dyule convidou a sua mãe e seus irmãos para passar uma semana com eles para curtir uma praia, pois fazia uns dias bem quentes.
         Na semana seguinte ele foi à luta a busca do seu emprego na mesma empresa de onde ele a o conheceu e a tirou, e como eles lhe aviam prometido conseguiu se empregar novamente, e os meses se passaram veio o final do ano, natal e primeiro do ano, eles passaram todos reunidos na casa dos Pais dela.  
          Bem no mês de janeiro no alto da temporada de verão o serviço ficava apertado às vezes ele chegavam de manhã e a noite teria que voltar novamente e numa destas viagens ele chegou de manhã e a noite ele iria voltar de novo.
         Chegando em casa avisou a sua princesa e logo depois do almoço ele foi dormir para descansar um pouco e ficar novo para agüentar o tranco da noite.
          De repente, era meia-tarde, ele acordou com tiros e a sua princesa assustada correu para o quarto junto dele, eles escutaram 1,2,3 tiros no quarto , ele percebeu que os tiros era dentro de casa, e veio quinto e o sexto tiro, ai ele perguntou para Dyule:
-         O que tu esta fazendo?
           Ela a respondeu nada.
-         Só estou assando um bolo para ti tomar café agora de tarde, quando escutei um tiro corri para cá junto de ti.
        Quando ela lhe disse isto, ele gelou, uma semana antes, eles foram fazer compras em Porto Alegre e para não deixar o revolver a vista, em qualquer lugar, pois por uma eventualidade, algum ladrão entrar em sua casa, ele guardou o revolver dento do forno, bem no fundo, dentro de uma forma de assar cuca, e era um forno industrial para assar em grande quantidade, certamente o ladrão não acharia, só que ela se esqueceu do revolver dento do forno e ele nem se lembrava mais também, claro com a caloria do forno no assar o bolo, fizeram as balas detonarem todas do revolver, por isto os tiros dentro de casa.
           Que sorte poderia ocorrer um acidente grave, na hora que ela fosse abrir o forno para tirar o bolo, ainda bem que detonaram antes, eles foram olhar o bolo ele desandou total com o vaco das balas dentro do forno, ficou chato que nem uma tábua, mas sabe ele nunca mais comeu um bolo tão gostoso que nem aquele, ela acertou na receita, também foi o único, nunca mais ela quis fazer a receita de novo.
           Assim entre uma felicidade e muita história para contar, hoje eles formam uma família muito feliz, ele trabalhando na mesma empresa, o seu objetivo é trabalhar até ter condições de ter sua própria empresa de novo, sua Pe, chamado assim por ele carinhosamente, fazendo suas cucas e pão cada um mais gostoso que o outro, umas verdadeiras delicias, claro com uma receita nova, não a dos tiros, para vender para seus vizinhos.
         A sua filha está muito feliz por ter um quarto só para ela, o filho do Lauro ficou morando com os avôs, não quis morar com eles, pois já estava acostumado a morar com os avôs, e se sentia muito feliz assim, eles todos estão de uma maneira em geral muito felizes, por terem um lar, uma família linda e muitos sonhos bons para o futuro, e sabendo que poderiam realizar todos.
         Lauro contando parte de sua vida de uma maneira muito simples, Ele quis transmitir, que quando se quer alguma coisa na vida, não importa o que sejas, sempre lute com metas bem definidas, com toda a sua força, com muita garra, nunca desista, faça com que o pensamento de desistência lhe de mais força para continuar no seu objetivo, que tens a certeza que com esta garra e fé, abrirás grandes portas no seu longo caminho de vida.
         O mundo esta nas mãos de quem tem coragem de sonhar, mas não adianta sonhar se não tiveres atitudes de realizá-los.
         Nunca se esqueça de regar seus sonhos diariamente com amor e carinho, valorizando os mesmos em todas as atitudes e em todas as situações.
        “Esta situação o inverso aconteceu conosco, ficamos secos pôr falta de água ao longo de nossa estrada.”
   

“Ao longo do tempo um Leão mal alimentado devorou esta felicidade, matando seus protagonistas não deixando resto sobre resto!!!!” mas esta é outra História que contarei no Armadilha do Destino II......


                     Autor Lauro Abbade Corrêa